domingo, 25 de dezembro de 2011

A Lei do Senhor


A EXCELÊNCIA DA LEI DO SENHOR (SEGUNDO O SALMO 119)



AS BEM-AVENTURANÇAS: 1,2


NÃO FICAMOS CONFUNDIDOS: 5,6



PRESTAMOS UM MELHOR LOUVOR: 7, 171



OSERVÁ-LA PURIFICA O NOSSO CAMINHO: 9



NOS FAZ NÃO PECAR CONTRA O SENHOR: 11



DESVIAR-SE DELA NOS TRAZ MALDIÇÃO: 21


SÃO O NOSSO PRAZER E OS NOSSOS CONSELHEIROS: 24



NOS TRAZ VIDA: 25


FORÇA: 28


NOS DÁ ARGUMENTO PARA DEFESA: 41, 42


A PALAVRA LIBERTA: 44, 45


NOS TRAZ CONSOLO, ESPERANÇA: 49, 50, 52


CRER NELA, ENSINA-NOS BOM JUIZO E CIÊNCIA: 66



É MAIS VALIOSO DO QUE O OURO E A PRATA: 72, 127



OS JUIZOS DO SENHOR SÃO JUSTOS: 75, 137, 138, 144, 172


O SALMISTA DESEJA ESTAR PERTO DAQUELES QUE LHES SÃO SEMELHANTES: 79


NOS ANIMA A PROSSEGUIR NOS MOMENTOS DIFICEIS: 81 A 83


A LEI DO SENHOR É A VERDADE: 86, 142, 151, 160



ELA PERMANECE PARA SEMPRE: 89, 160


NÃO HÁ LIMITES PARA SUA PERFEIÇÃO: 96



O QUE CONHECE A PALAVRA É MAIS SÁBIO DO QUE AQUELES QUE OS RODEIAM: 98 A 100



NOS FAZ DESVIAR DO MAL: 101, 104, 128


É O NOSSO GUIA: 105, 130



É PRECISO INTELIGÊNCIA PARA COMPREENDER A LEI DO SENHOR: 125


A PALAVRA DO SENHOR É PURA: 140


NOZ TRAZ PAZ: 165

Eclesiologia


ECLESIOLOGIA – A DOUTRINA DA IGREJA

(FONTE: A BIBLIA DO EVANGELISTA – ESTUDOS ADICIONAIS)



A-    CONSIDERAÇÕES NEGATIVAS



1-     A IGREJA NÃO É O JUDAISMO CONTINUADO E AMPLIADO. EMBORA HAJA UMA CONTINUIDADE ENTRE OS REMIDOS. DE TODAS AS ERA A IGREJA É UM “NOVO HOMEM” (EF 2-15);

2-    A IGREJA NÃO É O REINO. O REINO É O DOMÍNIO DE DEUS SOBRE A TERRA; A IGREJA É A NOIVA DE CRISTO.



B-    O SIGNIFICADO E OS USOS DA PALAVRA



1-     LITERALMENTE, ASSEMBLÉIA OU GRUPO “CHAMADO PARA FORA”

2-    EM SEU USO, A PALAVRA IGREJA PODE SE REFERIR:

- À ASSEMBLÉIA DO POVO DE ISRAEL (AT 7-38)

- A UMA ASSEMBLÉIA DOS CIDADÃOS DE UMA CIDADE PAGÃ (AT 19-32, 39, 41)

- AO CORPO DE CRISTO (CL 1-18)

- A UMA IGREJA OU ASSEMBLÉIA LOCAL (I CO 1-2)



C-    O SIGNIFICADO DO CORPO DE CRISTO



É AQUELE ORGANISMO ESPIRITUAL DO QUAL CRISTO É O CABEÇA E QUE SE COMPÕE DE TODOS OS REGENERADOS DESDE PENTECOSTES ATÉ O ARREBATAMENTO.



D-    O SIGNICADO DE IGREJA EM SEU SENTIDO LOCAL



É UM GRUPO DE CRENTES PROFESSOS EM JESUS CRISTO, BATIZADOS EM NOME DE JESUS E ORGANIZADOS COM O PROPÓSITO DE FAZER A VONTADE DE DEUS.



A IGREJA LOCAL



A-    SUA ORGANIZAÇÃO (HB 13-7, 17)



1-     PRESBÍTEROS: SIGNICAODS E DISTINÇÕES - ENFATIZA O CARGO DE LÍDER NA IGREJA. BISPO ENFATIZA A FUNÇÃO COMO SUPERVISOR. PASTOR INDICA O DOM DE CUIDAR E ALIMENTAR O REBANHO (AT 20-28)

2-    NÚMERO: CADA CIDADE TINHA UMA PLURALIDADE DE PRESBÍTEROS (AT 14-23), MAS CADA IGREJA-CASA PODE TER TIDO APENAS UM (OU MAIS) – I TM 3-1;7

3-    DEVERES: CUIDAR OU SUPERVISIONAR (I TM 3-1), PRESIDIR (I TM 5-17), DEFENDER A SÃ DOUTRINA (TT I-9)

4-    QUALIFICAÇÕES (I TM 3-1;6, TT 1-7;9) E ORDENAÇÃO (I TM 4-14, TT 1-5)



2- DIÁCONOS: SIGINIFICADO – SERVO,  QUALIFICAÇÕES (ITM 3-8;10, 12-13)

1- DEVERES: AUXILIARES DOS PRESBÍTEROS (AT 6-1;6) E UM GRUPO OFICIALMENTE RECONHECIDO NA IGREJA (FP 1-1)



3- DIACONISAS: EXISTÊNCIA JUSTIFICADA COM BASE EM RM 16-1 E ITM 3-1;2.                                     

AS ORDENANÇAS DA IGREJA


SÃO RITOS EXTREMOS PRESCRITOS POR CRISTO PARA OBSERVÂNCIA POR SUA IGREJA. A PALAVRA SACRAMENTO ACRESCENTA A IDÉIA DA COMUNICAÇÃO DIRETA DE GRAÇA AO QUE PARTICIPA DA ORDENANÇA



1-     A CEIA DO SENHOR:


 
A-    A ORDEM (I CO 11-23;26)

B-    O SIGNIFICADO: É UM MEMORIAL.

C-    FREQUENCIA: PARA A IGREJA PRIMITIVA, PARECE TER SIDO SEMANALMENTE (AT 20-7)

 

O BATISMO



SIGNIFICA IDENTIFICAÇÃO OU ASSOCIAÇÃO COM UMA MENSAGEM E/OU GRUPO. A PRÁTICA PARA A IGREJA PRIMITIVA ERA A IMERSÃO. ESTA, RETRATA MELHOR O QUE O MINISTÉRIO BATIZADOR DO ESPIRITO REALIZA, DE ACORDO COM ROMANOS 6.



SEU GOVERNO: TIPOS



1-IGREJA NACIONAL: EX. IGREJA LUTERANA NOS PAÍSES ESCANDINAVOS;

2-    IGREJA HIERÁRQUICA: A CATÓLICA ROMANA;

3-    GOVERNO FEDERAL: SISTEMA PRESBITERIANO EM QUE A CONGREGAÇÃO INVESTE DE AUTORIDADE UMA JUNTA DE PRESBÍTEROS E, OCASIONALMENTE, DIÁCONOS;

4-    CONGREGACIONAL: COMO OS BATISTAS – A CONGREGAÇÃO DECIDE A MAIORIA DE SEUS ASSUNTOS.



SEU PROPÓSITO



A-    GLORIFICAR;

B-    EVANGELIZAR

C-    PRODUZIR CRENTES MADUROS E SANTOS

D-    CUIDAR DAS NECESSIDADES DE SEUS MEMBROS (ITM 5)



                                          A IGREJA UNIVERSAL               



1-     O FATO DE SUA EXISTÊNCIA (MT 16-18, CL 1-18, EF 3-10)

2-    SUA FUNDAÇÃO: CRISTO FOI SEU FUNDADOR, NO SENTIDO DE TER SIDO SEU MESTRE, CONSTRUTOR E ENVIADOR DO ESPÍRITO QUE DEU FORMA REAL AO CORPO DE CRISTO;

3-    PENTENCOSTES: FOI SEU COMEÇO, JÁ QUE O CORPO DE CRISTO É FORMADO ATRAVÉS DA ATIVIDADE BATIZADORA DO ESPÍRITO (I CO 12-13), E ESTA COMEÇOU NO DIA DE PENTENCOSTES (AT 1-5, 11-15)

4-    SEU FUNDAMENTO: CRISTO ( MT 16-18, I PE 2-4;8)

5-    SUA FIGURAS: O PASTOR E AS OVELHAS (JO 10); A VIDEIRA E OS RAMOS (JO 15); A PEDRA ANGULAR E AS PEDRAS DO EDIFÍCIO ( EF 2-19;21); O SUMO SACERDOTE E UM REINO DE SACERDOTES (I PE 2); A CABEÇA E O CORPO (I CO 12); O ÚLTIMO ADÃO E A NOVA CRIAÇÃO (RM 5); O NOIVO E A NOIVA, O MARIDO E A ESPOSA (EF 5, AP 19)




O FIM DA ÉPOCA DA IGREJA



O ARREBATAMENTO: (2TS 2; AP 3-10;11, I TS 1-10)

    




quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Vaidade e Aflição de Espírito

Vaidade de vaidades! Diz o pregador, vaidade de vaidades! É tudo vaidade.
O que vai de encontro ao curso deste mundo vê, com os olhos do Senhor, a vaidade das vaidades consumindo almas, desqualificando vidas e destruindo lares. Dissimulados vão à mídia clamar por justiça ao tempo em que promovem eles mesmos a iniqüidade.
O escândalo infiltrou-se em meio às autoridades, os idólatras estão no templo e Jeová me pergunta o que vejo e me assegura que ainda verei abominações maiores do que estas.
O enganador propaga e, muita gente acredita, que “careta” é aquele que não usa drogas, que o otário é o bondoso juntamente com o honesto; a moça que escolhe se guardar para o esposo é “cafona” e o rapaz que não se estabelece como “pegador” tem sua masculinidade questionada.
Tudo isso é vaidade e aflição de espírito daqueles que semeiam erva daninha e esperam colher cerejas, dos que edificam para si casas alicerçadas na areia e depois não entendem porque estas cedem à tempestade. Na vaidade de sua mentes vivem eles sem temer o amanhã.
Que vantagem tem o homem de todo o seu trabalho debaixo do sol, procurando ajuntar apenas o que a traça rói e o que a ferrugem consome, prontos a ignorar que o temor ao Senhor é o princípio da sabedoria?
A competição predatória tem seu habitat em um oceano vermelho às custas do vigor desta geração perversa e corrupta, onde gemem os filhos de Deus. Eles ouvem nosso gemido, mas não entendem de onde vem o nosso socorro; invejam o viço de nossa pele e não compreendem a razão de nossos vestidos não envelhecerem e nem ficarem descalços os nossos pés.
Apliquei meu coração a esquadrinhar e a me informar de tudo quanto sucede debaixo do sol; esta enfadonha preocupação do filho do homem. Eis que tudo é vaidade e aflição de espírito. Na muita sabedoria há enfado e o que aumenta em ciência, aumenta em trabalho.
Isto tenho visto e ouvido, e disse eu em meu coração: “não me conformarei com este mundo, antes me transformarei na renovação de meu entendimento para que eu saiba qual é a boa, perfeita e agradável vontade de Deus durante o número de dias de minha vida”.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Memórias de menino



Eu tinha entre seis e sete anos quando me entendi por gente. Sou o mais velho de uma ninhada de três. Tenho uma irmã do meio que vive no mundo dela e uma irmã caçula que nasceu com uma “porção de menino.” Digo isso porque ela sempre estava disposta a brincar comigo não importando o quão masculino o folguedo fosse. Desfrutamos grandes aventuras juntos jogando bola, empinando pipa ou viajando por esse Brasil afora em nosso ônibus mágico, que na verdade era o pedal da máquina de costura de nossa mãe.
Eu vivia minha vidinha normal de menino até que um dia minha mãe me acordou cedo e me mandou tomar banho, pois eu tinha que ir à escola. Eu não sabia o que escola significava e estranhei o fato de ela não ter acordado também as minhas irmãs uma vez que saíamos sempre juntos, porém não a questionei, só obedeci.
Na hora de me vestir, outra surpresa: ao invés de minha roupa de domingo ela me trajou com um conjunto branco e vermelho e no lugar do meu kichute, um par de congas. Era segunda-feira e o sol brilhava tímido no céu. Por onde passávamos, víamos a agitação das outras pessoas que, assim como nós, estavam felizes pelo astro rei ter decidido sair de detrás das nuvens. A cidade onde morávamos era muito fria e chuvosa por isso toda vez que um traço azul aparecia no céu era motivo de festa para nós.
Ao chegarmos na tal escola, minha mãe enfiou um boné na minha cabeça. Ele era vermelho igual ao short do uniforme que eu usava. Sem pensar duas vezes, eu o arranquei de cima de mim, pois sempre detestei qualquer coisa por sobre o meu crânio. Ela contava que era uma luta manter minhas orelhas aquecidas, na época em que eu era bebê, já que eu não gostava de usar gorro.
Minha atitude me valeu uma baita bronca e o alerta de que não me era permitido ficar sem o boné dentro da escola assim como não podíamos conversar durante a missa. À contragosto, enterrei o maldito boné de novo em minha cabeça. Depois disso, uma senhora nem gorda e nem magra trajando um avental azul claro veio nos receber. Ela sorriu para mim e me perguntou meu nome e, ao responder Reinaldo, ela beijou-me a testa e me desejou boa sorte. Em seguida, nos conduziu pelo interior de um corredor mal iluminado. Depois dele vinha uma área de convivência cujo piso era cor de grafite. Nós a atravessamos e fomos parar junto a uma porta de duas abas que dava acesso a um outro corredor, bem menor do que o primeiro. Caminhamos dentro dele até pararmos em frente a uma porta azul que se escancarou tão logo a funcionária bateu. De dentro dela surgiu uma mulher branca e alta, de cabelos castanho médio e olhos claros. A mulher de avental apresentou-nos e foi-se embora arrastando as gastas chinelas de couro. Em seguida, a mulher de olhos claros e minha genitora trocaram algumas palavras depois voltaram a atenção para mim. A estranha elogiou meus dotes físicos e, agachando-se perante mim, quis saber como me chamava. Eu respondi extasiado, pois até então não havia notado o quanto era bela. Seu nome era Natália, como uma de minhas tias.
Terminado aquele primeiro momento, ela nos conduziu para dentro do recinto e, após a entrada de minha mãe, lacrou novamente a porta. Estavam ali aproximadamente uma dezena e meia de crianças vestidas iguais a mim. A maioria delas chorava e eu me perguntava por que, mas depois comecei a achar que, assim como eu, elas deveriam estar odiando, aquela história de ter que usar boné.
Passados alguns instante, minha mãe veio dizer-me que já ia embora e que viria me buscar mais tarde. Eu fiquei quieto assistindo D. Alice deixar a sala e depois a mulher bonita, de quem recebi a ordem de tratá-la como professora, veio a mim e me pediu para escolher um lugar para sentar. Eu tirei minha mochila improvisada das costas e sentei próxima a uma garotinha parecida com minha prima Nininha. Ela sorriu pra mim e notei que ela estava banguela. Do outro lado tinha um garotinho sardento que quando percebeu que a sósia de prima Nininha me fazia um gracejo, começou a mostrar-lhe a língua. A criaturinha de bochechas rosadas que depois descobri chamar-se Rebeca, devolveu-lhe a “gentileza”. Os dois ainda ficaram se estranhando um bom tempo até que a professora mandou a gente sentar no chão em círculos a fim de ouvirmos uma historinha. Rebeca me puxou para sentar junto dela e eu me deixei levar feito aqueles vira-latas que às vezes seguem a gente na rua. Pra pirraçar, o garotinho sardento nos seguiu e achou de sentar-se junto a nós e a hostilidade entre os dois voltou a se manifestar, desta vez debaixo dos atentos olhos da professorinha de olhos da cor do mar. Ela separou nós três e fiquei o resto da aula me sentindo estranho por causa disso.
No dia seguinte, voltei sabendo finalmente o que significava ir à escola e esse saber me deixou bastante contente. Até então eu via meu pai passar grande parte do fim de semana devorando livros que não tinham figuras me levando a imaginar o que tinha de tão especial neles. Descobri que indo ao colégio eu iria aprender a ler e daí fui mais feliz.
Encontrei meus dois coleguinhas acomodados nos mesmos lugares de outrora. Eles não prestaram muita atenção em mim, pois estavam ocupados trocando ofensas.
Assentei-me e tirei do bolso uma bala que Tia Natalinha havia me dado no sábado. Os dois pararam de se agredir no instante em que me viram desembrulhando a guloseima. Sorri para os dois e enfiei o doce rapidamente na boca. Os Eles se entreolharam frustrados e se ajeitaram em suas cadeiras. Desse dia em diante eu passei a buscar todo tipo de subterfúgio para pôr um fim a rixa dos dois. Depois de um tempo, comecei a usar as palavras mesmo, mas as coisas só entraram nos eixos no dia em que Eugênio também perdeu um dente, dando a Rebeca a oportunidade de pagar-lhe na mesma moeda todo o constrangimento por que passou.
Entrar para a escola também elevou o meu moral na vizinhança. A maioria dos meus amigos não passavam de pirralhos que não haviam atingido a idade escolar mínima e eu podia ver a inveja estampada em seus olhos ao me ver passar uniformizado. Minha mãe exibia orgulhosa minhas notas e as congratulações por escrito que recebia por conta de meu bom comportamento, contudo seu contentamento crescia inversamente proporcional a meu desapontamento. Desde o primeiro dia de aula eu pelejava em decifrar as histórias armazenadas nos impressos que lotavam a estante da sala, mas as cores, formas e vogais que a professora Natália me ensinava em nada me valiam nessas horas. Esse desagradável sentimento me torturou até que um dia desatei a chorar e papai veio em meu socorro. Sentado em seu joelho, confessei-lhe o quanto não saber ler me chateava e indaguei-lhe o por que de as lições de minha linda mestra não me capacitarem para a tarefa. Em resposta, o velho Juarez me beijou carinhosamente e me incentivou a continuar sendo um aluno aplicado, pois conhecer as vogais e, posteriormente, todo o alfabeto me tornariam hábil a formar sílabas e, depois destas, as palavras. Ele não me explicou o que é uma sílaba, porém isso em nada atrapalhou o efeito calmante que sua explanação me causou: daquele dia em diante, esqueci-me dos livros de adulto e voltei minha atenção para aquilo que eu realmente dominava: as cores, formas e vogais.
A realização de meu sonho aconteceu um ano depois, em 1981. Tornei-me assíduo freqüentador da biblioteca da escola e era como se os livros de papai tivessem deixado de existir. Lembrei- me deles por acaso, no dia em que minha mãe recebeu a visita de uma amiga que há tempos não via. Ela jubilou-se quando D. Alice lhe participou minha evolução escolar, e, para testar-me, retirou um documento alaranjado de dentro da bolsa e me pediu para ler o que estava escrito dentro de um retângulo na margem inferior da folha.
Quando terminei, ela bateu palmas e me tascou um beijo molhado. Depois disso, perguntei a mamãe se podia voltar para o meu quarto onde minha irmã caçula me aguardava a fim de continuarmos nosso duelo de karatê. No caminho, a retrospectiva mental do episódio recém vivido me fez recordar das fileiras literárias de papai. Um radiante sorriso me enfeitou o rosto, pois tive a sensação de que já estava pronto para algo mais “adulto” haja vista eu ter conseguido ler uma fração do documento da amiga de minha mãe. Passei o olho em todos eles auxiliado pelo meu indicador direito e escolhi o mais fino da última prateleira: “O Grande Gatsby”. Tinha eu oito anos de idade.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A Timidez


A Timidez ou o Acanhamento pode ser definida como o desconforto e a inibição em situações de interação pessoal que interferem na realização dos objetivos pessoais e profissionais de quem a sofre. Caracteriza-se pela obsessiva preocupação com as atitudes, reações e pensamentos dos outros. A timidez aflora geralmente, mas não exclusivamente, em situações de confronto com a autoridade, interação com algumas pessoas: contato com estranhos e ao falar diante de grupos - e até mesmo em ambiente familiar.
A timidez é um padrão de comportamento em que a pessoa não exprime (ou exprime pouco) seus pensamentos e sentimentos e não interage ativamente. Embora não comprometa de forma significativa a realização pessoal, constitui-se em fator de empobrecimento da qualidade de vida. Deste ponto de vista, a timidez não pode ser considerada um transtorno mental.
Aliás, quando em grau moderado, todos os seres humanos são, em algum momento de suas vidas, afetados pela timidez, que funciona como uma espécie de regulador social, inibidor dos excessos condenados pela sociedade como um todo, ou micro-sociedades.
A timidez funciona ainda como um mecanismo de defesa que permite à pessoa avaliar situações novas através de uma atitude de cautela e buscar a resposta adequada para a situação (Fonte: Wikipédia).
Meus queridos, eu nasci tímida e, nesse instante, não consigo encontrar outra expressão para quantificar o quanto esse mal me afligia senão a popular “bicho do mato”. Quando eu era bem pequena, vivia agarrada à saia de minha mãe. Ela ainda guarda algumas fotos (as que eu não consegui destruir) em que transparecia o meu jeito acanhado de ser. Um ambiente com várias pessoas me constrangia tanto que eu até passava por mal educada ou arrogante, pois me era dificultoso ao extremo abrir a boca para proferir um simples “bom dia”.
As coisas só começaram a mudar quando me conscientizei de que esse acabrunhamento era uma barreira ao meu desenvolvimento. Perdi algumas boas chances no mercado de trabalho porque a timidez me fez falhar na entrevista. Antes desse despertamento, eu  necessitava da influência de terceiros para “funcionar” e, diga-se de passagem, 80% delas foram muito constragedouras e desagradáveis.
Tornar-me uma cristã e, consequentemente, conhecer a Palavra de Deus, foram para mim duas importantes ferramentas para enfrentar esse inimigo (há coisa pior do que lutar consigo mesma?!). A revelação descrita em Ap.21-8, me assustou um pouco, mas depois o Espírito Santo foi me fazendo ver o que é ser tímido aos olhos de Deus. Isso me trouxe conforto, contudo não me fez desistir do intento de melhorar meu tato social.
Esse horizonte ampliado me inspirou a fazer um estudo sobre o assunto e, em 2007, ano em que integrei a diretoria da União de Jovens de minha congregação, como Diretora de Programa, eu o apresentei e a ocasião foi maravilhosa! Ouvi diversos testemunhos, compartilhei experiências e depois apliquei um pequeno, mas muito interessante e revelador teste escrito, a fim de que a audiência pudesse se auto-avaliar nesse quesito.
Ao final dele, li 2Tm.1-7 e lembrei aos presentes quem é e para que serve o Espírito Santo na vida do crente. Eu ainda não me considero uma ex-tímida, mas em compensação sei que fiz progredi bastante e me apego à passagem citada e também a muitas outras da Bíblia Sagrada toda vez que me sinto na iminência de “travar” por vergonha. Ser cristão não é para covardes e tem momentos que tudo parece conspirar contra nós, entretanto é nessas hora que o Espírito entra em ação. A carne milita tentando nos manter estagnados, mas o Espírito de Deus diz: “Vai!” e a gente tem que ir! Com as pernas tremendo, o coração quase saindo pela boca ou com as mãos geladas, não importa, temos que avançar! “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me”(Lc 9-23).
Pode parecer difícil, meus amados, mas não é impossível. Temos Jesus para nos espelhar, temos os amigos e os irmãos para nos ajudar (mesmo que o auxílio “doa” um pouquinho). O que não podemos é deixar o inimigo usar isso contra nós, muitos menos enterrar os talentos que Deus nos deu. Recordemo-nos de que seremos cobrados por isso (Mt 25-16;29).

domingo, 24 de julho de 2011

Carta a meu amado

Amado meu, nao sabes o quanto
Que por ti espero, não sabes o quanto
Que por ti eu choro.

Parte de minh'alma! Pedaço de mim!
Quando será que nosso Deus,
Te trará para junto de mim?
O que nos falta, meu querido?!
Para não mais ficarmos distantes assim?!

Qual determinado é o tempo?
O tempo do tempo, o tempo do propósito,
Debaixo do sol, o tempo,
Aludido tempo, para que não caiamos no anzol?

O que nos resta pedaço meu?
Crer que eu sou tua e que tu és meu!
Crer que basta dia, e que o cair
De mais um dia nos afasta
Afasta da dor, do não resolvido, da solidão;

Encontrar-te ei um dia, ó meu varão!
E assim juntos, unidos seremos um
Uma só carne, um só coração, uma só fé
Deixando para trás o deserto,
Assim como Josué,

E pela Canaã do amor
Juntos caminharemos e
Ao Eterno glórias e aleluiais renderemos
Por me escolher para ti, e tu para mim
Para então em uma família nos transformar,

E esta firmada na Rocha para sempre estará,
No Estatuto do Altíssimo, na Lei do Senhor
Vem! Eu te chamo, onde estás meu amor?!
Tua amada te aguarda, persevera por mim!
Clama, chora, suplica!
Quebranta teu coração assim!

quinta-feira, 21 de julho de 2011

A Liderança de Neemias

A leitura dos treze capítulos do Livro de Neemias nos revela, primeiramente, o quão determinado este personagem bíblico era. Essa mesma determinação o leva, após ter recebido a permissão do rei para tanto, a iniciar seu regresso a Jerusalém, dando assim o pontapé inicial ao seu projeto.
Como empreendedor, deu exemplos invejáveis de planejamento e organização, fatos que podem ser observados, inicialmente, na vistoria que realizou em companhia de uma parte de seus colaboradores (cap. 2, a partir do verso 11) e mesmo diante do aspecto devastado da cidade não se abateu. Ao invés disso, aplicou um discurso motivador àqueles que o cercavam na ocasião, recebendo em troca o escárnio de alguns, porém permaneceu com o mesmo espírito. Esse mesmo enfoque segue a narrativa até o final do capítulo três onde podemos notar que o profeta mantinha relatórios detalhados de todo o trabalho que vinha sendo executado.
Do capítulo quatro em diante podemos por assim dizer que seus atributos de líder começaram a ser postos a prova diante da reação de seus inimigos por causa da prosperidade do empreendimento. Mais uma vez Neemias lançou mão da fé e da determinação que o motivava e tratou de contagiar os seus com essas poderosas ferramentas para que não desfalecessem. No capítulo cinco, fez uso de um recurso que não deve ser menosprezado por ninguém que almeja liderar com excelência: um colaborador sente-se muito mais empolgado a cumprir zelosamente suas tarefas quando percebe que o seu superior imediato preocupa-se com suas necessidades. Restaurar os muros e reedificar a cidade era o desejo do coração do empreendedor, contudo ele não se esqueceu de que seus liderados também possuíam suas preocupações individuais. Um trabalhador rende muito mais em seu serviço quando tem certeza de que há alguém velando, não só pelos seus interesses, mas também por aqueles que estão sob sua tutela.
Outros percalços se interpuseram no caminho de Neemias ao longo do caminho, entretanto este continuou firme e finalmente o projeto foi concretizado.
Terminada a parte braçal, era hora de colocar em ação a segunda parte do empreendimento que era a manutenção do que fora edificado. Neemias, como todo bom líder, cercou-se dos peritos específicos para cada caso, sem se sentir ameaçado pelos conhecimentos desses profissionais.
Para concluir, podemos afirmar que Neemias foi um administrador eficaz por que adotou um estilo de liderança voltado não só para os interesses da corporação, mas também focado naqueles que a compõem e isso somado aos quatro mais importantes princípios administrativos (planejamento, organização, direção e controle), claramente explicitados em suas ações, o conduziram ao sucesso.

domingo, 17 de julho de 2011

O tempo de Deus

"Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu" (Ec.3-1).

A passagem bíblica acima fundamenta uma verdade, não só bíblica, mas universal. Vivemos numa era em que um dos lemas é: quanto mais rápido melhor, contudo o nosso Deus não segue o curso deste mundo (graças a Ele mesmo por isso).

A Palavra de Deus nos diz que um dia para Deus é como mil anos e vice-versa, entretanto mesmo sendo detentores deste conhecimento muitas vezes nos flagramos tendo um comportamento semelhante ao dos imediatistas. Há coisas, meu caro, que Deus lhe proverá de maneira relativamente rápida, mas outras, não. E se for algo que Ele sabe que não te fará bem, aí é que não tem negócio! Por isso é sempre bom submetermos a nossa vontade à vontade de Deus e, quando faço essa afirmação, não estou atestando que Deus só nos concede algo quando "está afim" e sim por ser necessário que passemos por um preparo antes ou até mesmo a própria benção carece ser moldada antes de chegar a nós. Observe: se alguém lhe prometer um bolo de chocolate, acredito que não será agradável recebê-lo ainda cru. Outro bom exemplo é o zelo de nossos pais para conosco quando nos priva de algo que ainda não é propício a nossa idade. De igual forma age Deus com seus filhos. Jamais ele nos concederá algo que ainda não estamos aptos a receber. Assim procedendo, estaria Ele nos concedendo um tropeço, situação da qual Ele nos afirma biblicamente que é poderoso para nos guardar (no sentido de firmar: Rm 14-4).

Compreendo que há momentos em que a espera parece infindável e esse desespero nos abala, mas não podemos esquecer que o Eterno não permite que venha sobre nós o que não possamos suportar. Em Gn.3-15 está registrada a primeira profecia acerca da vinda do Messias e sabemos que Jesus veio afim de nos reconciliar com Deus; restaurar o caminho que nos conduz a Ele. Desconheço o número de anos que se passaram entre a primeira profecia e o anúncio do nascimento de Cristo, mas sei que, durante esse período, Deus não deixou o seu povo desamparado; proveu outras maneiras de se relacionar com o homem até que a obra redentora de Seu Filho se concretizasse. Assim será até que se complete o tempo determinado para recebermos a resposta que ansiamos. Isso também pode ser chamado de consolo. É difícil quando Deus nos diz "ainda não" ou "espere".

Busque primeiramente o Reino de Deus e sua justiça eo demais lhe será acrescentado. Lembre-se também que o justo vive pela fé e que se ele recuar, o Senhor não tem prazer nele (Hb.10-38). Mantenha sua mente saudável voltando sua atenção para o alto e não às circunstâncias. Nossos olhos naturais podem não vislumbrar coisa alguma, porém, pela fé, enexergamos aquilo que não se vê (Hb.11-1).



sábado, 16 de julho de 2011

O Altar

O altar é o lugar onde subimos para descer;
É onde ficamos para que nos vejam,
Sem, no entanto, nos enxergar.

No altar nós damos e recebemos;
É onde mostramos as marcas de Cristo,
Onde falamos, mas não com a nossa boca.

É onde às vezes não queremos estar,
Mas o amor e o Espírito nos faz prosseguir;
É onde somos provados,
Onde rimos e choramos,
E por muitos olhos somos julgados.

Através do altar vem o descanso,
A cura, o escape, o galardão;
É onde estamos mais perto do Pai,
E na certeza do centro da sua vontade, à disposição...

terça-feira, 12 de julho de 2011

Fé e emoção são a mesma coisa?

Em Hebreus 11-1 está escrito que a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que não se vêem. A emoção, em contrapartida, é definida como sendo um abalo moral ou afetivo; uma perturbação, geralmente passageira, provocada por algum fato que afeta o nosso espírito. Agora, comparemos: se a fé é um FIRME FUNDAMENTO e a emoção é um  ABALO geralmente PASSAGEIRO, como podemos nós cristãos confundir uma coisa com a outra?! Por isso que o Senhor Jesus nos advertiu: "Acautelai-vos, que ninguém vos engane." (Mt. 24-4) e ainda, o Espírito Santo, por intermédio do Apóstolo Pedro, nos diz: "Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar." (1Pe. 5-8).
O inimigo tem destruído, desviado e limitado a vida espiritual de muitos fiéis por causa da confusão que se faz com o significado destes dois vocábulos. Há pessoas que quando acordam dispostas e felizes, sentem-se com mais fé; quando a situação se inverte, achegam-se à incredulidade. Podemos extrair da Bíblia Sagrada diversos tipos de fé, contudo a que somos ensinados a exercitar não é a do tipo "sanfona". De igual modo é errôneo orar ao Senhor pedindo que Ele aumente a nossa fé. Isso não existe! Podemos sim, peticionar ao Criador para que sejamos aperfeiçoados nesta área e também nos concentrar no que a palavra nos exorta a esse respeito: "a fé vem pelo ouvir e o ouvir a Palavra de Deus." (Rm.10-17). Assim sendo, aquele que deseja crer com mais eficácia deve buscar esse aperfeiçoamento na Palavra. O Senhor distribui os dons por medida; com a fé não é diferente (Rm.12-3 e 6).
Lembremo-nos que Cristo nos disse em Mt 17-20, que aquele que tivesse a fé do tamanho de um grão de mostarda seria capaz de mover um monte. Por que então ficarmos preocupados com o tamanho da medida de fé que recebemos?! Melhor coisa é que nos concentremos no que ela é capaz de realizar, pois a fé é a vitória que venceu o mundo (1Jo. 5-4).
Ainda neste mesmo raciocínio, do mesmo modo que é enganoso pensar que fé e a emoção são análogas, é ser levado a crer que nosso estado de espírito é diretamente proporcional à nossa comunhão com o Senhor. Estarmos alegres ou tristes não influencia no fato de Deus estar perto ou longe de nós. Isso pode ocorrer por causa de outros fatores, todavia a aproximação ou a distância, de certa forma, depende de nós. Fomentar tal linha de pensamento é como comparar o caráter de Deus ao nosso. No eterno não há sombra de variação (Tg 1-17). Se Ele prometeu que estaria conosco todos os dias até a consumamação dos séculos, assim o será! Da mesma forma, se está escrito em Jr. 23-23 que Ele é Deus de perto e Deus de longe, logo por que duvidar?!  O Senhor vela para que sua Palavra seja cumprida, pois não é homem para que minta, nem filho do homem para que se arrependa.
Não posso garantir que, ao adquirir esse conhecimento, ficaremos imunes às variações de humor, seja elas causadas pelas pessoas que nos cercam ou por pressão da realidade à qual estamos inseridos, mas ter essa consciência nos auxilia a tomar uma aitude diferente e, neste caso, nada melhor para restaurar nossa paz interior e nos trazer de volta ao equilibrio do que a oração. Principalmente por causa do que está escrito em Fp. 4, versos 6 e 7.


quarta-feira, 6 de julho de 2011

Meu testemunho

Minha vida com Cristo iniciou-se em 2002. Não lembro exatamente o dia ou o mês. Só sei que tudo começou com uma voz na minha cabeça. De início, achei que a voz vinha de mim mesma, pois eu estava muito frustrada comigo. Desfrutava de galardões que não haviam sido conquistados com o suor de meu rosto. Beirava os trintas anos e ainda não conquistara nada do que havia sonhado. Eu era casada, tinha uma vida relativamente confortável, mãe de uma criança linda que hoje é um rapazola mais lindo ainda e convivia com muitos que invejavam minha posição de "mulher de advogado".

Entretanto, como afirmei no paragráfo anterior, eu gozava do fruto do suor do meu esposo. Não que isso seja uma coisa ruim, é dever do marido sustentar a família, mas eu queria mais; não queria ser uma sombra, eu queria algo para chamar de meu, todavia por mais que eu desse nada vinha em retorno e quando eu me queixava a respeito com a mulher que era minha sacerdotisa ela me dizia que eu já estava casada e que portanto não precisava galgar mais nada. Frente a essas palavras, a voz na minha cabeça começou a falar comigo um pouco mais alto e, posteriormente, além de falar foi me dando provas concretas das afirmações que me fazia. Passei meses em um conflito interior onde estive totalmente só em minhas conjecturas, pois não tinha com quem desabafar: meus irmãos e minha mãe já eram evangélicos e de certa forma eu os via como inimigos. Meu marido não suportava minha crença ou qualquer outro assunto ligado a religião.

Alguns meses antes de minha conversão, um "acidente cosmético" quase me deixou careca. Chorei como se tivesse perdido um braço e acabei indo me consolar com minha gurua (se é que tal palavra existe). Ela me afirmou que o ocorrido fora de ordem espiritual e que era necessário invocar o perdão da deusa à qual, segundo ela, eu pertencia e, para isso, ela se colocou como minha intercessora e clamou ante a entidade pelo dito "perdão" que eu necessitava. Terminada a cerimônia fui deixada em um quartinho sozinha para descansar e a voz veio de novo me atormentar (convencer, na verdade). Um pânico muito grande tomou conta do meu ser e esse medo me fez ver que espiritualmente eu me encontrava em um caminho vazio cujo final era a morte. Por medo de represálias, insisti no erro ainda durante um tempo, porém um dia, depois de uma noite mal dormida, levantei-me muito cedo e fui me exercitar. No caminho para casa fui atraída pelos cânticos que estavam sendo entoados numa igreja católica perto da minha casa e naquele instante minha vontade de sentir paz era tão intensa que entrei em casa correndo, me banhei, troquei de roupa e fui a missa.

Quando adentrei o pequeno santuário foi como se todos os fiéis tivessem se retirado e me deixado a sós com o padre. Em seu sermão ele externou tudo aquilo que agonizava meu ser e eu não consegui fazer outra coisa além de chorar. Um calor vindo do alto começou a me envolver e me conscientizei que o Deus amoroso que me havia sido apresentado em minhas aulas de catecismo era real. Eu não o vi, mas Ele estava ali. Fui para casa flutuando nesta nova dimensão espiritual e chegando a meu lar meu esposo estranhou minha presença, uma vez que, naquela época, eu estava também em tratamento fisioterápico. Nada lhe respondi, apenas me agarrei nele e passei a chorar emocionada e ele aguardou calmamente que meu pranto cessasse e me interrogou a respeito. Contei-lhe a batalha interior que vinha travando todo aquele tempo e culminei na experiência sobrenatural que passei no templo católico. Meu ex-marido nunca foi muito dado a emoções, porém algumas lágrimas escorreram de seus olhos.

Participei também a ele que eu decidira que daquele dia em diante eu nunca mais me prostaria ou adoraria a nenhuma outra entidade que não fosse o único e verdadeiro Deus. Passadas algumas semanas, mais precisamente em 07 de novembro de 2002, meu nome foi escrito no Livro da Vida e creio que de lá jamais será apagado. Um dia eu fui a mulher do advogado, hoje sou FILHA DE DEUS. Frequentei lugares de certa pompa e agora uma rica herança me aguarda no Reino celestial. Fui conhecida como filha de D. Fulana, mas atualmente me orgulho de ser apontada como aquela que foi remida, lavada e justificada pelo Sangue do Cordeiro.

A excelência no servir

Buscando a definição de excelência no dicionário, vemos que este a conceitua como sendo a qualidade de quem é excelente; sobrecomum. A Bíblia Sagrada diz, entre outras coisas, que Deus é Santo, Soberano, Perfeito e que desde a criação do mundo vem proporcionando para suas criaturas o melhor.
Ao se deparar com a questão de como exercer um ministério com excelência, cada crente precisa, antes de mais nada, se conscientizar de que realizar um trabalho excelente para Deus significa retribuir-lhe um pouco do muito que, em Sua infinita bondade, o Eterno tem proporcionado a Sua igreja. Necessário se faz, de semelhante maneira, prosseguir em conhecer a esse Deus, na pessoa de Seu filho Jesus Cristo, compreendendo quem Ele é e qual o sentido de Tê-lo atuando a favor daquele que lhe é querido.
Desenvolver uma carreira excelente na obra do Senhor é reconhecer que Deus merece que seus filhos lhe ofereçam o melhor, tal e qual os levitas na antiga aliança lhe apresentavam aquilo que a Lei descrevia como sacrifício perfeito a fim de que subisse ao Criador como cheiro suave a suas narinas. Contudo é importante frisar que, em se tratando do Reino de Deus, ninguém está apto a galgar degrau algum sem a presença do Espírito Santo. Coisas espirituais se discernem espiritualmente. O espírito do homem conhece as coisas do homem, mas as coisas de Deus só podem ser reveladas pelo Seu Espírito (1Co. 2-11).
Portanto, aquele que almeja a excelência naquilo em que é útil ao Senhor deve buscar Sua presença. Oração, jejum, leitura e estudo da Palavra são ferramentas indispensáveis no processo. Deus se achega a todo aquele que d’Ele se aproxima. Este procedimento conjugado aos quatro princípios administrativos (planejamento, direção, organização e controle), seja o empreendimento individual ou coletivo é a chave para a prosperidade.  Um crente cheio do Espírito também não terá dificuldade em entender que o sucesso de sua empreitada vem do alto e toda glória tem que ser dada ao Eterno porque d’Ele, por Ele e para Ele são todas as coisas (Rm 11-36).

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Hinos Tradicionais X Hinos Contemporâneos (texto apreciado e conceituado (nota 9,0) pelo pastor e teólogo Luiz Tarquínio)

As letras dos hinários tradicionais foram compostas em uma época em que a igreja cristã se comportava segundo um padrão mais formal. Percebemos isso pela presença de uma linguagem mais rebuscada, com vocábulos milimetricamente escolhidos para uma rima perfeita, semelhantes às poesias escritas pelos autores de um certo gênero da nossa literatura.
Percebe-se, na maioria deles, uma preocupação maior dos compositores em exaltar a soberania e majestade do Deus Pai e, no mesmo contexto, demonstrar empatia em relação ao sofrimento do Messias por amor de nós. A visão desses cristãos era mais voltada para o porvir, com letras recheadas das coisas que nos aguardam no Reino Celestial. Declarações de amor ao Pai das Luzes e expressões de gratidão ao nosso Salvador, Jesus Cristo, também eram uma constante.

Aquele que conhece um pouco da história da música, teologicamente falando, e sua trajetória na antiga e na nova aliança, sabe que a mesma, quando da criação dos hinários hoje conhecidos como tradicionais, tinham como acompanhamento instrumentos como os harmônicos, órgãos ou pianos.

Atualmente, aqueles que se ocupam em ensinar técnicas vocais, com o intento de preparar cantores, mais especificamente para o meio evangélico, especializando-os no canto lírico ou no popular, muitos deles, utilizam esses hinos como ferramentas bastante eficazes para exemplificar a presença das notas musicais e seus produtos (escalas, arpejos, etc.) em uma canção buscando assim um melhor entendimento, por parte de seus pupilos, do conteúdo passado.
As letras contemporâneas, por sua vez, apesar de terem como fonte de inspiração, a mesma Bíblia Sagrada, tal e qual os tradicionais, caracterizam-se por um verso mais "livre" assemelhando-se ao contexto histórico vivido pela Noiva do Cordeiro neste século. A preocupação em anunciar as verdades espirituais, a exaltação aos atributos do Deus Trino e a consciência em relação ao sacrifício do Messias continuam presentes, contudo tem-se a impressão de que os compositores atuais gozam de uma maior liberdade na hora de conceber suas criações, principalmente pela queda de alguns tabus que durante muito tempo geraram controvérsia em meio ao povo de Deus, acerca do que era ou não lícito no momento da adoração.

Essa dita "liberdade", entretanto não trouxe consigo somente coisas boas. Muitos falsos cristãos têm trazido escândalo para o meio evangélico lançando composições caracterizadas por meia dúzia de jargões gospel e de ritmos bastante apelativos servindo de disfarce para aqueles que querem dar vazão à carne sem necessariamente serem chamados de mundanos.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

A Multiforme Graça de Deus (1Pe 4-10)

O dicionário nos explica que multiforme quer dizer: que tem ou é capaz de tomar várias formas; que se manifesta por diversos modos. Já graça significa: benevolência; favor; mercê; perdão.

Teologicamente aprendemos que graça é o favor imerecido de Deus para conosco. Meu pastor, em uma de suas pregações, nos exortou a toda vez que estivermos diante da palavra graça em qualquer passagem das Escrituras, nos submeter a seguinte reflexão: "graça, eu não mereço, mas eu preciso."

Queridos, de acordo com o texto áureo em que se baseia esta reflexão, eu vos convido a tomar posse dessa graça! Sigamos o conselho do Apóstolo Paulo em 2Tm. 1-1 e nos fortifiquemos nela!

Em 2Co. 4-10 está escrito que as armas espirituais são poderosas em Deus para destruição de fortalezas e muitas vezes as mesmas se encontram em nossas mentes. Sejamos sóbrios e vigiemos porque o inimigo de nossas almas procura a todo tempo nos tragar e o centro da nossa vontade é um dos seus alvos preferidos. Isto vos escrevo não para causar-lhes temor, mas como alerta! Examinemos as escrituras porque nelas há ensinamentos para a vida eterna e são elas que testificam do Senhor Jesus Cristo, que é a graça revelada do Pai.

Entendendo o que é a graça de Deus e as diversas maneiras pelas quais ela se manifesta, teremos em mãos uma poderosa arma contra as astutas ciladas do diabo. Ele tem interesse em que fiquemos ignorantes acerca de quem somos e o que temos, por intermédio de Cristo, nas regiões celestiais.

É pela graça que somos salvos, através dela, alcançamos perdão. É pela graça que o nosso Deus nos vê com seus olhos bondosos de Pai. Examinando os capítulos quatro e cinco do livro de Hebreus, concluiremos que, pela graça, também encontramos escape diante das tentações; lá também está escrito que temos um Sumo Sacerdote que se compadece de nossas fraquezas e que pelo Seu exemplo podemos viver uma vida sem pecado. Que graça maravilhosa!

Semelhantemente, pela graça , a misericórdia de Deus se manifesta em nossas vidas, por isso nos acheguemos com confiança ao Trono da Graça sem nunca nos esquecer que, apesar de não sermos merecedores, o Senhor nos honrou com sua graça e melhor ainda: de graça! 

quarta-feira, 15 de junho de 2011

O que é adorar?

Você sabe o que é adorar?
Adorar é venerar; prestar culto; idolatrar,
Ó que vasto vocabulário!
Adorar é isso tudo, assim diz o dicionário.
Adorar! Bem mais que um verbo,
Um provérbio, um advérbio.
E no seu imperativo: adore!
Cante, chore, não se acanhe!
Deixe que o nardo puro se derrame!
Ajoelhado, de mãos dadas, ou orando baixinho.
Adorar é amar, se entregar,
De corpo alma e coração;
Com toda força e entendimento.
Adorar é se doar, se consagrar,
Como sacrifício santo em culto racional,
Para exaltar aquele que nos amou primeiro.
Esta sim é a essência de um adorador verdadeiro!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Apenas Seguia

A tendência maior que temos ao lermos os evangelhos de Nosso Senhor Jesus Cristo é prestarmos atenção nas atitudes inusitadas de personagens como Zaqueu, a mulher Cananéia, o centurião de Cafarnaum e alguns outros.
Mas, o que dizer da grande multidão que APENAS seguia o Mestre? Há grosso modo, alguns poderiam argumentar que, pelo fato de esse aglomerado de pessoas ser conhecido como seguidor de Cristo sem, contudo se encaixar no conceito de adepto ou partidário, coisa alguma em seu comportamento merece destaque, porém assim como a Palavra de Deus nos dá exemplos a serem imitados, sou levada a pensar que o testemunho destes meros seguidores do Messias deve ser inserido na lista daqueles a quem nós não devamos tomar como modelo.
Confesso que até pouco tempo eu também ignorava a dita multidão. O que me despertou para o fato foi a letra de uma música e eu, como todo bom bereano, examinei as escrituras. O prêmio foi uma enriquecedora revelação de Deus para mim nesse sentido. Posteriormente, o Espírito Santo me guiou a usar esse conhecimento em uma pregação num culto doméstico.
Somos chamados para ser luz e sal nesta terra, todavia em coisa alguma faremos diferença tendo um contato superficial com nosso Salvador.
Na leitura da passagem bíblica encontrada em João 6, versículos 1 e 2, e, neste mesmo capítulo, os versos 22, 23 e 24, nota-se que o autor se refere a um grupo de pessoas que acompanhava Jesus, mas sua participação em seu ministério se limitou a assistir e se maravilhar com os sinais e milagres por ele operados sem, entretanto esses eventos mudarem suas trajetórias de vida e, no mesmo contexto, os interessados em “se servir de Deus”.
Atualmente, o Senhor Jesus continua a operar milagres pelas mãos daqueles que nele crêem (Mc 16-17 e 18; Jo 14-12), mas, infelizmente, muitas igrejas estão cheias de meros “seguidores” do Rabi.
Um verdadeiro adepto de Jesus Cristo não se contenta em APENAS SEGUIR o mestre. Ele trabalha para chegar à estatura de varão perfeito (Ef 4-13), tomando também por base as atitudes dos heróis da fé.  Assim agindo, desfruta das bençãos advindas do fato de sermos co-herdeiros em Cristo e faz com que o Pai seja glorificado no Filho (Jo. 14-13).

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Nota ao Profeta

Alegra-te, profeta, na tua solidão!
Descalça teus pés e pisa o lugar santo,
Desce à Casa do Oleiro,
Pois o Senhor teu Deus falará contigo!
Lembra-te que foi Ele, e não tu, quem o escolheste.

O Seu Espírito por ti arde em ciúmes,
Pois é Deus Zeloso, e não quer te perder!
Então aproveita o momento e estreita teus laços com Ele;
Põe tua cara no pó, se prostra,
Pois assim verás a Glória do teu Deus!

Teus frutos crescerão tal e qual ao da árvore plantada
Junto à ribeiros de água, e o inimigo fugirá de ti.
Em adoração profética arrancarás o bronze dos céus,
E a tua voz se unirá ao coro celestial,
Que de dia e de noite adora ao Santo,
Que habita em meio aos louvores

Ele preencherá o vazio de teu coração,
E refrigerará tua alma.
Não te esqueças,
Grava nas tábuas de teu coração,
Que ainda que teu pai e tua mãe te abandonem,
O Senhor, teu Deus, jamais olvidará de ti!

quarta-feira, 8 de junho de 2011

“... O amor de muitos esfriará.” (Mt 24-12).


Certa feita eu estava conversando com dois jovens que, á época, trabalhavam com música na igreja, assim como eu.
O papo começou descontraído. Os dois mancebos, apesar de serem, pelo menos, uma década mais jovens do que eu, tinham muito a me ensinar sobre música, principalmente a respeito do que acontece nos bastidores.
Falar do que se desenvolve por detrás das cortinas levou nosso diálogo a um outro patamar. Aqueles dois jovens começaram a parecer menos jovens para mim e, à medida que suas feições se contraiam enquanto suas bocas despejavam amargura, decepção, incredulidade e afins, meu ser se enchia mais e mais de espanto e a única coisa que me vinha à mente era como todo aquele negativismo podia proceder de dois corações de tão pouca idade.
Confesso que tentei contestar seus argumentos, incutir-lhes uma visão um pouco mais otimista em relação à vida e à expansão do Evangelho do reino nesta terra, porém não fui bem sucedida na empreitada. Em um dado momento um deles chegou a dizer que eu só falava daquele jeito porque “vivia em meu mundinho de...” e citou o nome de duas cantoras gospel muito famosas.
Mesmo com o rosto fervendo devido a uma grande descarga de adrelina, achei que seria mais sábio de minha parte dar o assunto por encerrado e pedir licença para me retirar.
Naquela mesma noite, já em casa, a parte desagradável do ocorrido teimava em deixar meus pensamentos e, mesmo não perguntando a Deus diretamente o porquê daquilo, ele me levou a refletir sobre a referência bíblica encontrada no título deste relato.
Aqueles dois jovens, assim como muitos cristãos da igreja contemporânea, lotam os bancos de suas respectivas congregações, cumprem fielmente a sua “agenda” de compromissos eclesiásticos, mas a verdade é que o amor se esfriou, tal e qual predisse o Mestre.
Escândalos em nosso meio tem esfriado o amor de muitos, porém grande parte deles, não se “desviam” totalmente do evangelho temendo o inferno ou simplesmente por achar que continuar a freqüentar os cultos, dizimar, ofertar ou até mesmo ocupar um cargo na igreja, irá protegê-los do diabo da mesma forma que um guarda-chuva em meio a um temporal.
Essa reflexão me trouxe outros benefícios além de me inspirar a escrever este texto, contudo a mais importante lição que pude tirar deste episódio foi a de desviar os meus olhos do homem e focá-los em Cristo. Assim procedendo, jamais deixaremos de viver a plenitude do evangelho ou correr o risco de passar toda a nossa vida como o irmão do filho pródigo, que tinha as posses de seu pai a sua disposição, entretanto não gozava de coisa alguma.

Deus Atende Desejos ou Necessidades?