segunda-feira, 6 de julho de 2020

COMENTÁRIOS A LUCAS 1-1;4



Meus amados, confesso aos queridos que já conto com quase 18 anos de vida cristã, porém nunca havia me atentado para o estilo de narrativa com o qual o evangelista Lucas inicia seu testemunho acerca da biografia de Cristo.
Contudo, esta desatenção não é senão um sinal daquilo que me ensinaram em minhas primeiras lições bíblicas. “A Palavra de Deus se renova a cada dia”. Esse fato é corroborado pela própria Bíblia, pois as palavras inicias do versículo 12 do capítulo 4 do livro de Hebreus, testificam: “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz...”. Desse modo, vemos que esse renovo que, dentre outras coisas, caracteriza a essência da Bíblia Sagrada é o mesmo que afirmar que, diariamente, as Santas Escrituras tem o poder de nos ensinar algo novo.
Destarte, estas primeiras considerações, que fique claro, não significa que o entendimento ao qual fiz referência não estava lá, mas sim que somente agora é que o mesmo saltou aos meus olhos.
Daí, meu amado, caso o Senhor tenha lhe dado algum entendimento, que posteriormente você venha a descobrir que já vinha sendo cultivado por outros há muito tempo, não se envergonhe! Deus é Pai de muitos filhos, contudo com cada um deles mantem uma relação particular. Da mesma forma é o processo de santificação – ocorre por etapas, mas o tempo de duração de cada uma dessas etapas depende do indivíduo, lembrando sempre que o Espírito Santo não é invasor. Ele processa em nós a metanóia (mudança de mente) à medida que vamos dando espaço para que ela ocorra e quando Deus quer mudar algo em nós nunca é de forma impositiva, autoritária: primeiro Ele nos conscientiza, nos ensina, nos exorta para só depois operar em nosso ser na proporção em que nos permitimos ser transformados por Ele.
Compartilhar essa primeiras considerações com vocês, queridos me fez lembrar de uma pergunta vinda de uma pessoa ainda não pertencente ao meio evangélico: “Ju, o que a sua igreja proíbe?” Minha resposta para esta pessoa foi: “nada”. Acho que não preciso lhes informar de que grande foi o espanto dessa pessoa ao ouvir tal coisa. Todavia complementei minha resposta com outro dado importante – onde fui e estou sendo criada para Jesus, o entendimento é que a própria Palavra ensina em ICo. 6-12: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convém. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas.” Desse modo, aos educadores Cristãos cabe o ensino da Palavra, mas aos discípulos a decisão daquilo que deve ou não deixar por causa do evangelho.
Não posso precisar com exatidão qual foi o grau de impacto que minha explicação operou nessa pessoa, mas posso lhe dizer que a expressão em seu olhar me passou a mensagem de que para ela, uma vida com Deus passou a ter outro significado, o qual a própria Palavra aponta como sendo o verdadeiro: liberdade (Gl 5-1).
Reflexões à parte, vamos agora nos deter a aprender quais foram as providências que o evangelista Lucas tomou antes de enviar o seu relato a Teófilo, ao qual ele qualifica como sendo “excelente”. O dicionário Michaelis online traz como definição para o termo: “que é superior ou muito bom no seu gênero; que se sobressai entre os melhores; prime, seleto.”
Assim temos que Lucas endereçou a parte que lhe coube na disseminação do Santo Evangelho a uma pessoa em específico e me atrevo a afirmar que assim como considerava Lucas excelente a pessoa para a qual ele escrevia o seu impresso, assim também quis ele demonstrar a excelência da pessoa de Jesus Cristo a esta pessoa e para isso seguiu alguns passos que considerou fundamentais ante de conceber o seu texto:
1- Pesquisa de campo. Veja o verso 2 do capítulo primeiro de Lucas. Claramente ali está demonstrado de que o evangelista foi a campo em busca de informações acerca daquilo que se propôs a relatar, não se contentando apenas com o seu próprio conhecimento sobre a pessoa e os feitos de Jesus (vide parte final do verso 3). Vemos também da leitura do fragmento que sua fonte mais abundante foi a oitiva de diversas testemunhas e, melhor! Essas testemunhas não ouviram falar de Cristo pela boca de terceiros e sim conforme os termos encontrados no próprio texto: “...segundo nos transmitiram os mesmos que os presenciaram desde o princípio e foram ministros da palavra...”;
2- Ordenação dos fatos. Essa providência está expressa no verso 1 e no verso 3. Após o trabalho em campos Lucas se preocupou em ordenar, cronologicamente, o quanto coletado com vistas a facilitar o entendimento do leitor;
3- O porquê dos passos 1 e 2. Perceba que da análise do verso 4, o próprio Lucas nos responde ao questionamento: “Para que conheças a certeza das coisas de que já estás informado.” O autor do terceiro evangelho não menosprezou o conhecimento prévio de seu interlocutor, mas sim contribuiu para adicionar credibilidade aos fatos dos quais Teófilo já estava ciente e assim certificar a verdade neles contida.
Os que já professam a fé em Jesus Cristo frequentemente enfrentam diversas oposições como por exemplo o argumento de que a Bíblia é um compilado de conhecimentos totalmente desvinculado de qualquer valor científico.
Entretanto, somente pelos comentários supra vemos que não há verdade nesse arrazoado. Deixo o amigo leitor a vontade para pesquisar acerca da metodologia utilizada pelos pesquisadores, o que na faculdade a gente estuda com o nome de MTC – Metodologia do Trabalho Científico. O que Lucas fez, foi pura MTC!
A bíblia é um livro extraordinário e Glórias sejam dadas ao nosso Deus e Pai por ter nos presenteado com tamanho tesouro! As Santas Escrituras é realmente a bússola do cristão, pois nos capacita não só para a caminhada cristã, mas também para o cumprimento da carreira em nossa vida secular.

REFERÊNCIAS

http://michaelis.uol.com.br/. Acesso em 17 de mai. 2020.
www.bible.com. Acesso em 17 de mai. 2020.
https://www.bibliaonline.com.br/.  Acesso em 17 de mai. 2020.

Deus Atende Desejos ou Necessidades?