quarta-feira, 21 de março de 2012

Ode ao Homem

Ó exemplar do sexo masculino! Amamos o teu cheiro,
Mas isso não quer dizer que apreciamos você não usar desodorante.
Vocês são tão parecidos uns com os outros: imaturos, bagunceiros...
Tudo bem! Nós sabemos que a (des)culpa é da sua mãe.
Ela brigou com você toda sua infância e adolescência,
Pra você arrumar seu quarto, levantar a tampa da privada,
Não deixar a toalha molhada embolada em cima da cama,
e outras "cositas", mas coitada! Ela deve ter falado em
Outra língua, pois você casou e levou esses "descuidos"
(Pra não dizer maus hábitos) consigo, enchendo de presença
(Pra não dizer de bagunça) a vida da sua esposa.

Oh, que gracinha, meu amor! Quando você nos compara
Com a sua "ex", quando vocês presenteiam suas melhores amigas
Com aquele mimo que nós rejeitamos, porque sabemos
Que foi comprado pra nos tapear.
É só seu esse jeitinho de olhar pro nossos lábios,
Quando estamos falando, deixando bem claro que não
Estão prestando atenção em nossas palavras.
Amado meu! Por que será que ficamos jogando na sua cara
Que vocês não nos amam uma vez que vocês foram habituados
A desde pequenos amar objetos inanimados,
Pois quais foram os teus brinquedos, senão bolas, carrinhos, aviõeszinhos,
Cujas figuras reais não falam, não ouvem, não veem e não sentem?

É tão lindo quando vocês questionam o que colocamos no carrinho,
Ou o preço daquele vaso que você julga supérfluo comprar,
Mas que é mais barato do que aquele conjunto de acessórios
Que você adquiriu para o seu carro, que te completa mais do que a nós?
Por que então se irritar, ao sermos por vocês criticadas,
Por não conseguirmos ir ao shopping sem demorar,
E sem carregar um mundo de sacolas,
Já que compreendemos, que vocês não fazem o mesmo,
Por só conseguir lembrar de uma coisa de cada vez?

Ó criatura do Criador, companheiro querido!
Tu não és perfeito como aquele te fez, mas a gente se contenta
Quando, pelo menos, do cento, tu és noventa.
As feministas?  Que me perdoem!
Mas tu és necessário, pois é falo sério!
E a prova segue nesta ode que, por certo,
Não poderia satirizar melhor objeto.


sexta-feira, 16 de março de 2012

O duelo



Não havia no bairro da Cidade Nova quem não conhecesse a Avenida Vinte e Sete. O charmoso logradouro estilo condomínio fechado era formado de vinte e sete unidades, contando com a do senhorio, Seu Santinho, casado com D. Conchinha e pai de Maria Rita.
A Rita era moça prendada, temente a Deus e estudiosa. Dona Conchinha gabava as altas notas da menina nas ocasiões em que achava “caridoso” de sua parte, debruçar-se sobre o parapeito da janela da sala e tagarelar por algumas horas com os inquilinos. Sonhava a distinta senhora casar a filha com um homem rico, mas, para seu infortúnio, a jovem apaixonou-se por um professor.
Cássio Hélio, vinte e nove anos, professor da rede estadual de ensino, formado em Letras, ocupante da casa 13 e agora também dono do coração de Maria Rita.
O mestre bem intencionado apresentou-se aos pais da donzela como um saído dos romances de Alencar e para afastar de si a sombria ameaça de uma futura sogra desgostosa com o genro, rico em conhecimento, mas de bolso vazio, valeu-se da prosa de Machado.
Vencida a barreira da genitora caçadora de dotes, desfilava o casal pela singular avenida a destilar o mútuo sentimento aos olhos zombeteiros, curiosos, e, até mesmo, invejosos da vizinhança, entretanto mal sabiam os pombinhos que certo acontecimento do passado viria atrapalhar-lhes a felicidade: antes de Cássio, Rita fora cortejada por João Trancoso, 1,95 de altura, baiano legitimo, mestrado nas artes da marcenaria, ofício que herdara do pai e este de seu avô.
O morador da casa dezessete apaixonara-se por Rita e, à época, na esperança de ser correspondido, mimou-a com presentes e cercou-a de cavalheirismos, porém a oposição por parte de D. Conchinha foi mais forte. João deu-se por vencido, mas continuou a amá-la em secreto. Indignado com a descoberta do romance entre o objeto de sua afeição e o simplório educador irou-se e foi ter com seu algoz.
Trancoso foi recebido com surpresa por Cássio. Ritinha, em sua honestidade, já havia lhe confessado que passara um tempo atraída pelos dotes físicos do rapaz e também por seu bronzeado made in Ilha de Itaparica. Naquele instante, porém, o professor comportou-se como todo bom anfitrião e o convidou a entrar e sentar-se.
O marceneiro, após rejeitar todas as educadas propostas feitas por Cássio, revelou o motivo de sua visita: tinha ido exigir que o vizinho rompesse com a namorada, pois em seu entendimento era com ele que esta se encontrava compromissada, uma vez que vinha ele esperando pacientemente pelo seu amadurecimento.
O letrado nada lhe respondeu a princípio. Estudou-lhe as feições por alguns instantes, ponderou quantos dentes perderia no caso de o vizinho reagir com violência a sua resposta e, juntando toda a coragem que o zelo por sua imagem de macho lhe oferecera naquele momento, convidou educadamente João a retirar-se.  Trancoso não viu outra alternativa senão lhe propor um duelo. Se perdesse, jurou que mudaria de endereço e nunca mais importunaria o casal. Cássio concordou e o profissional da madeira retirou-se radiante.
Não tardou para que a notícia do confronto se espalhasse pelas adjacências, mas ninguém entendeu o porquê de Cássio ter aceitado o desafio. As hipóteses surgiram aos montes, cada uma mais esdrúxula que a outra.  Rita implorou para que o noivo voltasse atrás na decisão tomada, porém Cássio estava irredutível. Tinha consciência de que era fisicamente inferior a João, mas algo maior estava em jogo. Sua noiva não compreendia sua veia romântica alimentada por Tristão e Isolda, Romeu e Julieta e por tantos outros famosos casais da literatura mundial.
No dia do confronto os curiosos começaram a concentra-se horas antes do horário previamente combinado entre os guerreiros. Era domingo. Partidários de ambos os lados discutiam calorosamente seus pontos de vista e a molecada matava o tempo disputando um babinha com uma bola improvisada.
João e Cássio chegaram quase que ao mesmo tempo fazendo calar o vendedor de picolé e o rapaz da água mineral que gritavam o mais alto que podiam o preço de suas mercadorias. Dona Conchinha e Seu Santinho também se fizeram presentes em solidariedade à filha que já não tinha mais lágrimas para derramar. João não trouxe ninguém, mas sua torcida era indiscutivelmente maior.
Faltando um minuto para as três, o Seu Osmar, eleito como juiz do combate, participou a todos os presentes as regras da luta. Terminada a tarefa, João despiu a camisa do seu time de coração, exibindo seu dorso avantajado. Cássio trajava jeans e camisa pólo. Seu preparo se resumiu a retirar os óculos.
Em seguida, o árbitro conduziu os oponentes ao centro da arena e cuidou para que os dois apertassem as mãos. Depois, apitou e declarou por iniciada a luta. João elevou o punho e desferiu o primeiro soco. Cássio desvia-se do golpe e passa a saltar e a girar em torno de seu oponente. Trancoso tonteia, sente o estômago embrulhar, lembra-se de quando era moleque. Fugia das brincadeiras de roda; no parquinho mantinha-se longe do carrossel e da roda gigante. Um gosto estranho salta-lhe á boca, seu esôfago queima, vômito?! Não! Sua mente volta para a briga e ele fecha os olhos e espera que o cenário diante de si se estabilize. A multidão protesta. Trancoso abre os olhos e acerta a figura embaçada a sua frente. Cássio cambaleia, o povo vibra e João se alegra escarnecendo do adversário.
Soco nº. 3: o nariz de Cássio sangra, a multidão vibra novamente excitada pelo líquido vermelho que mancha a camisa do educador e faz Rita perder os sentidos. Trancoso assiste a donzela ser amparada pelos pais, se lembra que seu inimigo ainda está de pé e avança. Cássio começa a saltar novamente e João tenta acertá-lo mais uma vez, sem sucesso.
Golpe nº. 4: pra fora! João se enfurece, a adrenalina aumenta. Cinco, seis, hum! João é golpeado, o ódio o cega e... Pimba! Uma pernada derruba Cássio e João pensa em chutá-lo, mas Seu Osmar não deixa, é contra as regras, entretanto xingar era permitido e João “desce” o palavreado! Cássio vira de um lado, vira de outro, as pernas não obedecem, levantar está difícil, a multidão incentiva: tira o sangue dele! Não deixa ele levar sua mulher! Sim, Rita! Lábios doces, pele suave e mãos delicadas, dona do ventre que carregará seus filhos, nobre reino conquistado pela palavra. Sim, a palavra! A palavra tem poder! Ó João, pobre João! Garanhão das meninas, fugitivo da escola, inimigo dos livros, quem são os teus músculos frente ao poder dos grandes mestres da literatura brasileira?! Escrever-te-ei como a Caminha ao rei de Portugal.
Lima Barreto, Érico Veríssimo, Jorge Amado. As pernas de Cássio se recuperam e ele se ergue. A multidão delira e o educador passa a discursar. João ri, mas o professor continua; gesticula e declama. O silêncio vai se apoderando de todos, em efeito dominó.
João estarrece e Cássio se empolga: Padre Antonio Vieira: “se o sal não salga...” Trancoso protesta; o erudito não se intimida e continua: “Olhai os lírios do campo”. Para! - pede o marceneiro.
Mãos nos ouvidos, peito apertado. Aloísio Azevedo, o mulato, blasfêmia! É a ignorância de João. Aquilo não é ser homem no sentido de ser “macho”. As palavras lhe penetram, lhe perturbam, lhe enfraquecem, não! Para! É covardia! A multidão chora emocionada e de repente alguém bate palmas, outro faz o mesmo. Outro, outro e mais outro. João limpa o suor e se acabrunha, pensa em correr, mas macho não corre! As palmas continuam e João amolece. Seu Osmar apita e ergue o braço do campeão. Rita, já desperta, beija apaixonadamente seu herói. Trancoso dá dois passos e congela. As palavras de protesto morrem em sua garganta. Não queria que acabasse assim mas acabou. Acabou, acabou, acabou! - alguém parafraseia aquele famoso locutor. Derrota: Cássio sobre os ombros do Tio do mingau. Desfile do campeão, som do timbal. Ombros caídos. Recolhe-se o derrotado.

terça-feira, 13 de março de 2012

A Síndrome do Super-Herói

Meditando acerca de algumas coisas, descobri que boa parte da população sofre de um mal que denominei de Síndrome do Super-Herói. Essa patologia com certeza tem outro nome e também deve ser algo que Freud explica, mas cheguei a essa conclusão (ou a esse diagnóstico) analisando alguns fatos e notei que estamos sempre esperando que uma pessoa só faça tudo: desejamos que o craque tal ganhe a copa do mundo, elegemos prefeito, governador e presidente e ansiamos que estes, em um ou dois mandatos, dêem jeito em problemas que já estão acumulados há várias gestões e, aliás, neste aspecto, quem eu acho que sofre mais é o Presidente da República. Oh, Deus, que fardo! Imaginem governar um país de 512 anos, que já nasceu endividado, que teve boa parte de suas riquezas naturais sugadas pela metrópole, lutar contra a corrupção, contra a fome, inflação, desemprego, drogas, violência... Ufa! Muitas tarefas para uma pessoa só não acham?

Não estou aqui fazendo apologia a senhor ninguém e, como todo bom cidadão também desejo que meus representantes nas três esferas do governo façam alguma coisa, porém temos que ser razoáveis e entender que por mais bem intencionados que alguns deles estejam isto não lhes deixa imunes ao ataque das forças contrárias ao desenvolvimento socioeconômico de nossa nação - gente interessada em que tudo continue como está.

No meio evangélico, infelizmente, esse mal também assola:. vários crentes lançam mão ao arado e depois olham para trás com a desculpa que o pastor não "abraçou". Afinal que abraçar é esse? Por que Cristo nos ensinou coisas, sobre comunhão, partir do pão e vida em comunidade se, no fundo, no fundo, achamos que o trabalho é só de um? Como estudante de Administração entendo os benefícios da distribuição de tarefas, da descentralização de poder, da cooperação e do trabalho em equipe, entretanto também fico triste ao perceber que tem muita gente que não está nem aí para nada disso.

Melhor seria então para nós, alguém poderia dizer, se vivessemos no universo do Sr. Lee. Lá, haveria uma diversificada gama de superdotados criados especificamente para pôr fim em nossas mazelas. Contudo ainda teríamos que nos submeter à vontade dos roteiristas. Que Deus nos livre dessa má hora!

sábado, 10 de março de 2012

Quem sou eu?




Sou aquele que por vezes se intima diante da folha branca;
Que se desconecta e se emociona
Com a vermelhidão do ocaso na fenda do céu,
Cujo eu é coberto de fel.

Sou o que lamenta pela não exatidão da realidade
Em contraste com meu universo, verso e reverso,

Sou aquele que conta uma história com o tilintar das horas
Que vê as figuras na sala vazia de gente, ou no sufoco do leito.

Sou o que se manifesta no escrito, que ouve a música
Orquestrada pelo vento na copa das árvores,
Que pinta na expressão da personagem
Aquilo de que está cheio seu coração.

Sou o que faz emanar do peito arfante da virgem o amor,
Sou aquele que faz graça com o menino que passa
Com a vizinha paroleira e a senhora desocupada.

Sou aquele que vê no social o problema,
Embutido o mal, vidas a tragar, travestido está.
Sou eu especial indivíduo, nascido pra arte e para a arte viver.

Sou eu abençaodo e “maldito”, sempre em atrito
Contrito semeador e cefeiro de minhas próprias escolhas;
Sou eu ainda o cercado de amigos, bem vindo aos domingos,
Mas alma sem gêmea, incompleto, abstrato,
A metade porção, ferida, fendida
Cuja história se escreve pela pena do Criador,
Afina, quem sou?

domingo, 4 de março de 2012

Ser Gestor ou Ser Mandão?






Por Juliana Passinho e Daniela Cardoso


Administrar pode ser definido de uma maneira bastante simples como gerir recursos, entre eles as pessoas, e processos. Mas o que é mais importante: as pessoas ou os processos? Hum! Difícil responder? Depende da ótica de quem for questionado. Peter Drucker certa vez se reuniu com diversos executivos de variadas áreas de atuação e, logo que se dirigiu a eles, perguntou a cada um com o que eles trabalhavam e todos os presentes se ativeram a informar-lhe a fatia do mercado à qual exploram. Ao final, Drucker foi enfático: nenhum deles trabalhava com coisa alguma, a não ser com pessoas.

Depois dessa analogia, seria redundante explicar o quanto as pessoas são importantes em um processo. E essa é justamente a intenção desse texto: verificar como essa importância é enxergada pelo gestor, mas não pelo mandão. Vale ressaltar a diferença no comportamento desses dois tipos de profissional, afinal numa abordagem objetiva poderia se dizer que um gestor, no sentido de ocupar um cargo de liderança, pode ser um mandão, logo se trata mais de uma comparação equivalente a ser líder ou ser chefe”. Os conhecedores da ciência administrativa provavelmente tachariam o mandão de taylorista, que, dentre outras coisas, é aquele que julga que todos os seus subordinados se encaixam na categoria homo economicus. O gestor sabe que eles existem, entretanto não os trata como tal porque entende que assim eles nunca irão mudar, por isso ele comunica e a comunicação, por sua vez, é eficaz quando muda o comportamento do outro, afinal numa concepção humanística pode se afirmar que este pode ser moldado através de estímulos e reações. Uma organização espera dos seus colaboradores a contribuição necessária para a realização dos seus objetivos, as pessoas que trabalham nelas esperam que esta, através dos seus gestores, se comporte de forma correta e justa, permitindo a satisfação das suas necessidades. O gestor sabe que é necessário uma alinhamento entre esses fatores, pois a motivação e o clima organizacional tendem a impactar de forma considerável os seus processos. O mandão não está nem aí pra nada disso. Chão de fábrica é chão de fábrica e ponto final! Que se dane o que ele pensa, o que ele faz ou o que ele acha. Sua ênfase é nos resultados e se esses não são satisfatórios significa que não está sendo “miseravão” o suficiente e esse “mole” está prejudicando o desempenho da equipe.

O gestor tem ciência de que liderar é um desafio. Será preciso, paciência, perseverança e estratégia. Já o mandão, quando elevado à condição de líder, assume uma postura carrasco-feitor-sinhozinho-nazista e assim vai tudo bem. Muitos empreendedores pensam que tudo vai às mil maravilhas porque seus produtos estão sendo bem aceitos e que seus fundos de reserva tem dado conta das despesas oriundas da rotatividade de funcionários, bem como das ações trabalhistas daí decorrentes. Suas metas se restringem a continuar a manter o dinheiro entrando e seu RH é só aquele lugar para onde o empregado se locomove quando da necessidade de assinar o ponto, pegar o vale transporte e receber o “tick”. Gestores tem preocupações semelhantes, todavia investem na melhoria da cultura organizacional, motivam,valorizam e auxiliam na qualificação de sua mão-de-obra, premiam os que exercem suas funções com excelência e, melhor! Adotam um estilo de administração mais participativa onde os funcionários são convidados a opinar e sugerir idéias que, na medida do possível, são aproveitadas, a fim de evitar que esse colaborador tão criativo, mas desvalorizado, mal aproveitado e insatisfeito, vá trabalhar para a concorrência.
É uma pena que em pleno século 21, na era do conhecimento, ainda existam tantos mandões ocupando cadeiras gerenciais; alguns tão cheios de títulos, mas sem nenhum feeling. Há diferenças entre a autoridade e a pessoa que manda. O dotado de autoridade a constrói com o passar do tempo, não baseando suas ações apenas no direito de mandar que o nome do seu cargo lhe confere, mas que mostra à sua equipe (não empregados) a razão de estar ocupando aquele cargo sem necessitar dizer uma palavra. É fato que em alguns momentos de qualquer gestão poderá haver a necessidade de um líder se valer desse nível autoridade, exercendo os seus poderes legítimos e até mesmo coercitivos para manter as ações de acordo com as diretrizes estabelecidas no sentido de concretizar determinado objetivo, afinal, toda organização é composta de grupos formais e informais, e sempre há aquele que não consegue assimilar com total clareza as razões de certas mudanças. No entanto, o que mais diferencia o gestor (líder) do mandão (chefe) é que o primeiro é dotado da capacidade de exercer o poder expertise, as pessoas seguem as suas instruções e o valorizam pelos seus conhecimentos, experiência e “carisma”. Como dizia Shakespeare, geralmente é mais fácil conseguir o que se quer com um sorriso do que com uma espada. O verdadeiro líder não encara as potencialidades de seus subordinados como uma ameaça pessoal e não os inspira medo, mas confiança. O mandão espera nunca ser contrariado e o conjunto de suas lamentáveis atitudes nada mais é uma forma de esconder seus medos, inseguranças e camuflar sua incompetência.

Aconselhar a tratar “gente como gente”, não significa um incentivo a pieguice. Todo aquele que exerce uma função de comando deve entender que firmou com sua equipe uma parceria e que eventuais falhas devem ser analisadas não sob o ponto de vista de que “sou o chefe, portanto sou infalível”. Muitos gerentes de departamento cometem o grave erro de assim pensar quando o desempenho da equipe sob a sua responsabilidade tem as habilidades e, consequentemente, o desempenho questionados e/ou criticados pela instância imediatamente superior na escala hierárquica, na maioria das vezes tomando por base sua opinião e sentimentos pessoais. Nessas horas é importante deixar o eu e os egos alheios de lado e analisar que juízo de valor pode ser agregado através da crítica recebida. Os americanos, nestas questões de liderança, nos ensinam uma grande lição, pois há casos em que o líder absorve para si a total responsabilidade pelas falhas ou erros cometidos pelo seu time. O que deve ser considerado é o que pode ser feito a fim de sanar o problema e não uma cansativa, desgastante e inútil caça às bruxas.
Aprendamos um pouco mais com os teóricos da Escola do Desenvolvimento Organizacional, mais especificamente no que se entende por ser esse um processo que envolve combinações de alterações estruturais e comportamentais que se suportam e se complementam. Assim sendo, chamamos a atenção mais uma vez para a importância da motivação e, para sua eficácia, que esta se manifeste em um ambiente onde os canais de comunicação sejam abertos, livres e as relações interpessoais francas e amistosas.

Deus Atende Desejos ou Necessidades?