quarta-feira, 8 de junho de 2011

“... O amor de muitos esfriará.” (Mt 24-12).


Certa feita eu estava conversando com dois jovens que, á época, trabalhavam com música na igreja, assim como eu.
O papo começou descontraído. Os dois mancebos, apesar de serem, pelo menos, uma década mais jovens do que eu, tinham muito a me ensinar sobre música, principalmente a respeito do que acontece nos bastidores.
Falar do que se desenvolve por detrás das cortinas levou nosso diálogo a um outro patamar. Aqueles dois jovens começaram a parecer menos jovens para mim e, à medida que suas feições se contraiam enquanto suas bocas despejavam amargura, decepção, incredulidade e afins, meu ser se enchia mais e mais de espanto e a única coisa que me vinha à mente era como todo aquele negativismo podia proceder de dois corações de tão pouca idade.
Confesso que tentei contestar seus argumentos, incutir-lhes uma visão um pouco mais otimista em relação à vida e à expansão do Evangelho do reino nesta terra, porém não fui bem sucedida na empreitada. Em um dado momento um deles chegou a dizer que eu só falava daquele jeito porque “vivia em meu mundinho de...” e citou o nome de duas cantoras gospel muito famosas.
Mesmo com o rosto fervendo devido a uma grande descarga de adrelina, achei que seria mais sábio de minha parte dar o assunto por encerrado e pedir licença para me retirar.
Naquela mesma noite, já em casa, a parte desagradável do ocorrido teimava em deixar meus pensamentos e, mesmo não perguntando a Deus diretamente o porquê daquilo, ele me levou a refletir sobre a referência bíblica encontrada no título deste relato.
Aqueles dois jovens, assim como muitos cristãos da igreja contemporânea, lotam os bancos de suas respectivas congregações, cumprem fielmente a sua “agenda” de compromissos eclesiásticos, mas a verdade é que o amor se esfriou, tal e qual predisse o Mestre.
Escândalos em nosso meio tem esfriado o amor de muitos, porém grande parte deles, não se “desviam” totalmente do evangelho temendo o inferno ou simplesmente por achar que continuar a freqüentar os cultos, dizimar, ofertar ou até mesmo ocupar um cargo na igreja, irá protegê-los do diabo da mesma forma que um guarda-chuva em meio a um temporal.
Essa reflexão me trouxe outros benefícios além de me inspirar a escrever este texto, contudo a mais importante lição que pude tirar deste episódio foi a de desviar os meus olhos do homem e focá-los em Cristo. Assim procedendo, jamais deixaremos de viver a plenitude do evangelho ou correr o risco de passar toda a nossa vida como o irmão do filho pródigo, que tinha as posses de seu pai a sua disposição, entretanto não gozava de coisa alguma.

Um comentário:

  1. Verdade Ju. Hoje as ingrejas estão entupidas de músicos, cantores, instrumentistas, mas não de adoradores, servos, levitas do Senhor. No meio exato da Bíblia, no Salmo 118 está escrito:"É melhor confiar em Deus, do que confiar em homens." Essa deve ser nossa expectativa! Parabéns pelo blog. Excelente reflexão. abs. Leila França.

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