A filosofia da fé é por ela mesma viver e não por vista. É o
firme fundamento daquilo que se espera e a certeza das coisas que não se veem
porque, ora, pois, esperança acerca daquilo que se vê não é esperança.
Por seu intermédio, alcança-se testemunho e por suas obras,
justiça. Pela fé, de Deus o crente torna-se amigo e, por consequência,
galardoado. A fé origina o temor, que por sua vez, o arrependimento e este, a novidade
de vida; a fé nasce do ouvir e o ouvir, a Palavra.
A fé é uma vitória e a vitória que vence o mundo; virtude
poderosa, mas não maior do que o amor, seu companheiro, parceiro de longa
jornada. Suas qualidades se confundem com as do primeiro, uma vez que é de
igual maneira paciente, tudo crê, tudo espera e tudo suporta. Seu tamanho não
se mensura, é abstrata; concreta; eficaz. Se do grão de mostarda é a sua
dimensão, pode lançar montes ao mar. É a lógica do Criador e loucura para o
mundo, sabedoria de Deus com vistas a confundir os sábios cujo deus é o próprio
ventre.
A verdadeira fé instrui em justiça, prepara para a boa obra. Sobre
ela, já discorreram os doutos, alguns em reconhecimento, outros para sua
própria condenação. A fé não tem lógica, haja vista ser ela a própria lógica; racional,
com entendimento, onde cinco mais dois é igual a cinco mil, onde a virtude se
libera por um toque. A fé chama o morto para fora e por ela a glória se revela,
a tudo tornando possível.
Pela fé se sabe que tudo quanto foi feito, pelo logos se fez e houve descanso ao sétimo
dia. Pela fé, enxerga-se de longe as promessas, com abraço e confissão. Pela fé,
o crédulo se mantém de pé diante do invisível.
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