sábado, 20 de dezembro de 2014

Chão de Nuvens

Neste chão de nuvens, palavras abundam;
Sonhos, idem;
O que me proponho? Realidade,
Mas, estes versos musiquei
Conotativamente, em um paradoxo
Como quem se pergunta em como
Podem ser as estrelas suplantadas
Ou o cosmos apalpado
E assim, me engano
Ludibrio meu ser,
Pois não há como o artista
Não se valer de alegorias
Para embelezar sua obra,
Pelas sombras que nos escondem,
Pela persona que nos mascara o eu.
Neste chão de nuvens há um caminho.
O que tenho – realidade.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Feliz Aniversário Para Nós!



Saudações, queridos leitores! Por favor me perdoem pelos oito meses de ausência. As razões para tanto foram muitas, porém me alegro de retomar minha rotina aqui com a certeza da vitória em Cristo Jesus!

Neste mês, o Blog Ju Passinho completa três anos de vida. Glórias primeiramente ao Senhor, por isso! Obrigada a todos que acessam esse nosso cantinho diariamente, nem que seja para aquela olhada rápida, como para reler esse ou aquele texto que tenha ficado marcado. Minha oração ao Nosso Grande e Misericordioso Deus é que por intermédio de Seu santo Espírito eu continue a ser inspirada a produzir a cada dia mais um vasto material baseado nos múltiplos talentos que Ele me concedeu. Obrigada também pelos feedbacks, grande maioria deles, é certo, dados pessoalmente, mas o que importa é continuarmos fazendo o bem e edificando vidas.

E que venham mais três anos!!!

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Pedradas em árvores

Deus nos chamou para dar frutos. Nenhum cristão pode afirmar que não tem uma missão nesta terra, muito menos abrir a boca para dizer que não foi dotado pelo Espírito Santo de nenhum talento. Até aqui temos três passagens bíblicas que nos auxilia a lançar por terra qualquer argumento contrário a essa verdade. A primeira delas está em Mt. 28-20. Veja que a ordem de Cristo foi para todo o seu povo. O apóstolo Tiago em sua epístola, no capitulo quatro, verso dezessete, diz que aquele que sabe fazer o bem e não faz comete pecado. Temos que anunciar a Cristo, a final ele se manifestou para destruir as obras do diabo (IJo. 3-8) e muitos são os que padecem presos em suas cadeias. É nosso dever proclamar liberdade a esses cativos (Is 61).

Em segundo lugar, é importante que nos conscientizemos que somos luz e sal nesta terra (Mt 5-13; 14) e ao contrário do que muitos pensam, o silêncio também evangeliza. O que não se pode dizer pode-se testemunhar, tanto sim que a esposa santa pode conquistar dessa forma o seu esposo para o Senhor, porém nesse ponto, não se preocupe em demonstrar que tem virtudes, pois ela transparecerão por si só. Tive o privilégio de conhecer e conviver com uma grande serva de Deus que me ensinou que virtude não se anuncia a posse mostra-se, contudo não de maneira farisaica, mas natural. O virtuoso nem percebe que está evidenciando suas boas qualidades.

Seguindo adiante, vemos que em Mt. 25-14;30, um certo senhor distribuiu talentos entre seus servos e, após partir para longe, retornou muito tempo depois e cada um dos servos teve que prestar contas daquilo que lhes foi confiado. Note que TODOS os servos receberam um talento para granjear. Todos, sem exceção. Não é diferente conosco. Se você ainda não sabe qual o seu chamado na Seara do Senhor, ore! A revelação virá e a partir daí comece a frutificar. Não queira ter o mesmo fim do servo inútil (Mt 25-30).

Após aprendermos essas importantes lições, vamos a outra: há pessoas na igreja vazias do Espírito, mas cheias de pedras nas mãos, tal a multidão que intentou castigar a mulher adúltera. Remédio contra esses não há melhor senão a prática da oração, do jejum e do meditar na Palavra de Deus, fecunda fonte de sabedoria que nos exorta a alcançar a estatura do Varão Perfeito, Jesus, que nesta passagem em específico confronta os acusadores da dita mulher, a princípio, em silêncio, mas depois dispersa a multidão de forma magistral dizendo: “Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela”.

Se alguém agora me perguntasse porque existem crentes assim, minha resposta seria uma expressão de lamento, mas Deus, em sua infinita sabedoria, usa quem quer, quando quer e da forma que quiser e por esse fato é que posso afirmar que tais pessoas são como lixas: ficam velhas e gastas ao longo do tempo ao passo o objeto polido ganha brilho e beleza.

Todo aquele que dá frutos no Senhor não tem como escapar do ataque das figueiras estéreis, porém regozijemo-nos, pois grande é o nosso galardão no céu. Há irmãos que desse modo se comportam por inveja, porfia ou pura e simplesmente porque não foram eles os donos das ideias e/ou os centros das atenções, ora, mas não há como colher de onde não se semeia muito menos colher flores de onde foram plantados espinhos. O sermão que me inspirou a desenvolver este estudo ouvi em um culto numa pequena igreja batista próxima de onde moro. Em um dado momento da palavra, o anjo daquela congregação perguntou à audiência se algum dos presentes já havia contemplado alguém a lançar pedras nas árvores que rodeiam o Dique do Tororó, ao que respondemos que não. Ele então sabiamente concluiu: “É claro, são árvores que não dão frutos”!


Se você está servindo na Casa de Deus e tem recebidos pedradas, sei que dói, mas não desanime! Árvores que frutificam no Senhor são limpas a fim de que deem mais frutos; as outras de nada servem senão para serem lançadas no fogo.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Está Faltando Administração


Engraçado como tem tanta gente por aí abrindo a boca para dizer que Administração não serve para porcaria nenhuma. Ó pobres indoutos! A ignorância realmente atravanca o progresso e também é claro faz muita gente perder oportunidades, inclusive, a de ficar calado.

A administração enquanto profissão, no Brasil é muito jovem. Tem apenas quarenta e oito anos – um bebê se comparado à profissões tal  e qual a advocacia e a engenharia, contudo seus princípios e teorias já vinham sendo aplicadas em nosso país e para embasar essa afirmação, posso citar dois momentos históricos: o governo Vargas com a criação do DASP- Departamento de Administração do Serviço Público em 1938. Posteriormente, este departamento recebeu autorização para constituir outra instituição. A FGV – Fundação Getúlio Vargas, que tinha como atribuições fundamentais o estudo das organizações, da racionalização do trabalho e a preparação de quadros profissionais em nível superior. O outro momento ocorre já no governo de Juscelino Kubitschek, evidenciado pelo projeto de desenvolvimento associado e caracterizado pelo tipo de abertura econômica de caráter internacionalista.

Os americanos têm seus defeitos, todavia foram eles os primeiros a valorizar a profissão de administrador. Em 1881 a Wharton School foi criada e em enquanto por aqui, em 1952, se iniciava o ensino na Administração no Brasil, os EUA já formavam em torno de cinquenta mil bacharéis, quatro mil mestres e cem doutores em Administração e esses intelectuais foram aproveitados não só na iniciativa, mas também na Administração Pública.

Falando em Administração Pública, quem mora em Salvador, sabe o quanto a cidade vem sofrendo com os constantes engarrafamentos e aí vai a pergunta: quem são e onde estão os administradores de nossa cidade? Não me refiro só ao chefe do Executivo municipal, afinal ele não governa sozinho. Dentre o que se espera de um bom administrador está a necessidade de o mesmo estar atento ao que acontece a sua volta e pelo que me parece, isso não vem acontecendo. Fala-se muito em preparação para o futuro, mas sob que aspecto? Econômico? Social? Digital? Esses e outros campos dão muito pano para a manga, porém a verdade é que está faltando administração. Está faltando quem trace um cenário prospectivo principalmente ao que diz respeito a nossa engenharia de tráfego. Se falo acerca do que não entendo, perdoem-me os experts, mas o que vejo como acadêmica em Administração é pura falta de gestão. IPI reduzido e outras facilidades vêm proporcionando aos soteropolitanos a oportunidade de adquirir um automóvel e enquanto isso alguém não se deu conta ou “esqueceu” que tinha que ter rua para caber esses carros todos e aí... Bem, como dizem que brasileiro só fecha a porta depois de ser roubado... Sabe Deus por quanto tempo mais iremos padecer desse mal. Obras com o fito de melhorar nossos acessos viários estão em andamento, contudo, poxa! Custava terem pensado nisso antes? Agora o que vemos são ruas ainda mais congestionadas em horário de pico devido ás obras. É momento de refletirmos acerca de determinadas posturas. Uma delas é de que ninguém pode viver isoladamente. Acredito que há uma relação de interdependência entre as profissões/atribuições tal e qual é com os órgãos do corpo humano.

Infelizmente não me sinto habilitada o suficiente a fim de apresentar uma solução, mas creio que a prática de ações preventivas nos livra de infortúnios como esse. Administradores tem ciência disso.

Referências Bibliográficas



domingo, 15 de setembro de 2013

Aniversário Feliz

Ufa, mais uma primavera! Parece que foi ontem que eu tinha 15 anos, mas não importa, eu nasci, estou viva e melhor, Cristo vive em mim!

Conheci uma pessoa que gostava muito de dizer que ainda não tinha tudo que queria, mas que queria tudo que tinha. Eu concordo com ela. Ainda não tenho tudo que quero, porém sei que o meu Deus há de suprir todas as minhas necessidades em glória e glória, pois a Ele porque Dele por Ele e para Ele são todas as coisas.

Minha palavra hoje só é de gratidão. São quatro décadas de erros, acertos, sofrimentos, alegrias, lágrimas, sorrisos... Perdi algumas amizades (talvez nunca tenha as tido), ganhei outras, enfim... Vivi. O bom foi que eu fui adquirindo sabedoria pelo caminho. Caí e me levantei algumas vezes para tristeza daqueles que acharam que eu não seria capaz de me reerguer. 

Esteticamente, não estou preocupada com nada. Sei que hoje encerrei um ciclo e iniciei outro. Quinze de setembro de dois mil e treze. Para Ju Passinho - ano zero. Uma nova história Deus tem para mim. Sempre teve. Minhas eiras se encherão, meus lagares transbordarão.

Agradeço ao Senhor Todo-Poderoso por tudo e para você, meu leitor, também dirijo um agradecimento todo especial, por fazer parte do meu viver, por partilhar do seu tempo comigo. Congratulações a todos nós!

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Paixão de Alice

Hora do rush. Pontos de ônibus lotados e milhares de luzes vermelhas nas ruas é o cenário daquela parte do dia de segunda a sexta.

Alice sai do trabalho como sempre tendo hora pra chegar, contudo seus passos são de quem não tem compromisso. A maturidade trouxe-lhe tantos ensinamentos a ponto de o deslizar do relógio não incomoda-la tanto. Seu rosto sereno e bem moldado expressa a calma de sempre, assim como seu elegante trajar denota uma nobreza que só os de sangue azul latino tal e qual o dela sabem que lhe é inato. Em seu caminho, ainda aqueles que teimam atribuir suas conquistas ao sobrenatural bem como a formulas mágicas e sua reação diante destes é sempre menear a cabeça e lamentar não haver mais homens como Henry Ford ou outros que, como afirmaria Paul Hanna, não permitiriam que suas vidas se estacionassem na confortável posição do piloto automático.

O coletivo verde e branco dobra a esquina e para possibilitando o desembarque de meia dúzia de pessoas entre elas, nossa heroína. Ela se apressa com o fito de aproveitar o sinal ainda vermelho e um breve sorriso de triunfo ilumina seu rosto ao chegar do outro lado.

Vencida a barreira dos panfletistas, Alice adentra o prédio de fachada envidraçada e faz cara feia ao perceber o tamanho da fila do elevador. Durante um curto espaço de tempo se vê dividida em esperar ou amargar diversos lances de escada até o quinto andar. Sua indecisão termina com a chegada de um colega que a encoraja a enveredar pela opção dois.

Já em sala de aula, o coração de Alice congela quando o primeiro educador da noite adentra o recinto, pois junto com ele vem seu afeto. Afeto porque a mulher não se atrevia a denomina-lo de amado nem tampouco negar a existência de sentimentos por sua pessoa. Como era de se esperar, os dois evitam se olhar apesar de este ter escolhido um assento próximo ao dela. Tinham um amigo em comum. Formavam uma espécie de trio de sucesso, sempre juntos e paradoxalmente separados. Se inquirida fosse a esse respeito, a universitária de um quarto de século não saberia explicar ao certo o que se sucedeu para tal fim. Só podia exprimir aquilo que como uma boa curiosa acerca do comportamento humano era capaz: inferências – faca de dois gumes; dualidade que pode culminar em algo genial ou em ruína, a depender do contexto. Alice e seu afeto, infelizmente, deram fim ao que nem sequer havia tido um começo; infortúnio do qual certa porção de sabedoria foi tirada, entretanto a moça ainda via-se às voltas com algumas indagações no futuro do pretérito e se fosse forçada a expressar em uma única palavra seu emaranhado sentimental, o vocábulo que mais se encaixaria seria compaixão. Alice considerava seu afeto um tanto “travado”. Era maduro em idade, mas em algum lugar do passado seu eu estagnou-se. Tentara ajuda-lo, porém fracassou. Não se pode amparar a quem não lhe estende o braço de volta quando oferecido. De mentiras, omissões e contradições nada se pode aproveitar. O mesmo, guardando as proporções, pode se dizer do silêncio, uma vez que desse ventre pode nascer a dúvida e nesse ponto Alice ainda não evoluira, mas se sentia apta ao exercício da piedade. Apiedava-se de vislumbrar tão boa essência encoberta por tão grossa casca de sujeira. Para ela, tal coisa era mais maligna que um câncer.

Antes da emancipação da mulher, boa coisa era nascer homem, por conseguinte o preço a se pagar é alto. Meninos são ensinados a apegar-se a figuras de coisas inanimadas ao passo que as meninas aprendem desde cedo a amar e a cuidar, primeiro de suas bonecas e bichos de pelúcia, depois daqueles a quem pode chamar de seus. Há quem considere tal sina masculina como sorte, porém uma análise mais profunda é capaz de afastar tal conclusão. Para Alice, não só a competência tem conceito cumulativo. Vida a dois, também. Alma gêmea é uma expressão muito bem vinda em poemas, contudo de significado superficialmente compreendido tal como superficial é o coração do seu afeto porque seu profundo se encontra ocupado com coisas que não deveriam estar lá, mas tal realidade não se enxerga a olhos naturais. É uma das coisas que só a compaixão pode realizar. E dessa forma nossa heroína segue em altruísmo.


Acidentalmente, seus olhares se cruzarem. Ele responde em remorso ao ato que considera acusador. Ela, em lamento.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Amor de menino

Bastou um olhar para que eu a desejasse,
Como o adicto anseia por seu narcótico.
Eu, que sou menino e ela, tão mulher...
A princípio tão pequenina, tão frágil, tão precisada.
Agora, tão senhora, tão dona de mim.

Como não entregar-se a tal amante?
Sou menino, enquanto ela é mulher;
Recebeu-me entre seus lençóis;
Ao amor, apresentou-me em novidade;

Agora, habito eu em seus domínios,
Sou vassalo, devedor da corvéia, das banalidades;
Sujeito do fisco, cativo, embevecido;
Menino, enquanto ela é mulher.

Deus Atende Desejos ou Necessidades?